A omissão do verbo “to be” em frases do inglês é um fenômeno que pode surpreender estudantes da língua, mas é algo que ocorre tanto em contextos musicais quanto no uso coloquial, especialmente dentro de algumas variedades do inglês, como o African American Vernacular English (AAVE). Vamos explorar esse fenômeno e entender por que o verbo “to be” às vezes desaparece ou é omitido em certas construções, citando exemplos e considerando sua função.
A frase “When we gonna make it?”, tirada da música “Advice for the Young at Heart”, da banda Tears for Fears, exemplifica uma forma coloquial de linguagem onde o verbo “to be” (no caso, “are”) é omitido. A frase completa, de acordo com o inglês gramaticalmente padrão, seria:
Ex: When are we going to make it?
[quando nós vamos conseguir?]
Aqui, o verbo “are” deveria estar presente entre “when” e “we”. No entanto, em muitas músicas e contextos informais, essa omissão ocorre para dar mais fluidez e ritmo à fala ou à canção. No contexto da música, essa simplificação linguística não só faz a frase soar mais natural e menos formal, mas também contribui para a musicalidade do verso.
Esse tipo de omissão é frequentemente observado no AAVE. Em muitas construções gramaticais do inglês afro-americano, o verbo “to be” pode ser omitido sem que a frase perca sentido. Esse fenômeno é conhecido como “zero copula”, que refere-se à ausência do verbo “to be” nas sentenças onde ele seria necessário no inglês padrão.
Ex: He my brother.
[ele é meu irmão]
Em inglês padrão, a frase seria “He is my brother”, mas no AAVE o “is” é frequentemente omitido. A frase ainda é completamente compreensível, mesmo sem o verbo de ligação.
Ex: She coming later.
[ela está vindo mais tarde]
Aqui, o verbo “is” foi omitido. No inglês padrão, seria “She is coming later”, mas no AAVE essa estrutura é comumente reduzida.
A omissão do verbo “to be” no AAVE não é resultado de um inglês “incorreto” ou “incompleto,” mas sim uma regra gramatical própria dessa variedade do idioma. Linguistas argumentam que o AAVE tem raízes profundas nas línguas africanas e no inglês dos crioulos, que possuem suas próprias estruturas gramaticais. A omissão do verbo de ligação reflete essas influências, criando um padrão gramatical único.
Além disso, em contextos informais, muitos falantes de inglês, independentemente de sua variedade linguística, tendem a simplificar a fala, omitindo certos elementos gramaticais que podem parecer redundantes em uma conversa rápida. Em músicas, isso é especialmente comum para manter a cadência e o ritmo.
O inglês coloquial, especialmente em contextos informais e musicais, também apresenta omissões semelhantes do verbo “to be.” Além do exemplo da música “Advice for the Young at Heart,” isso também ocorre em muitas outras canções, filmes e séries.
Ex: Where you at?
[onde você está?]
O verbo “are” foi omitido, e a frase padrão seria “Where are you at?”, mas em situações informais, o “are” frequentemente desaparece.
Ex: They not ready.
[eles não estão prontos]
Aqui, o “are” também foi omitido. A frase correta seria “They are not ready,” mas o verbo é frequentemente deixado de lado no uso coloquial.
É importante ressaltar que a omissão do verbo “to be” é aceita em contextos informais, mas não é apropriada em situações formais, acadêmicas ou profissionais. Em textos escritos formais, apresentações ou entrevistas, espera-se que o verbo esteja presente e que a estrutura siga as normas do inglês padrão.
Por exemplo:
Formal: “When are we going to make it?” [quando vamos conseguir?]
Informal (ou em AAVE): “When we gonna make it?” [quando nós vamos conseguir?]
A omissão do verbo “to be” é um fenômeno linguístico interessante que ocorre tanto no AAVE quanto no inglês coloquial e em contextos musicais. Embora essa omissão seja vista como incorreta no inglês formal, ela segue regras próprias em variedades do idioma, como o AAVE, e serve a um propósito de simplificação e fluidez na comunicação cotidiana. Isso reflete a riqueza e a diversidade do inglês, uma língua em constante evolução e adaptação às suas diferentes comunidades de falantes.
Por fim, compreender essa omissão ajuda não só a entender melhor o inglês coloquial e as variações linguísticas como o AAVE, mas também a apreciar as formas mais informais e criativas de expressão que surgem em músicas, filmes e conversas cotidianas.
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