Já reparou como o brasileiro adora falar inglês? Quando me refiro a essa paixão pela língua é, na verdade, mais uma obsessão do que amor propriamente dito. Muitos culpam o fenômeno da Globalização por esse costume, mas creio que essa minha constatação não é decorrente tão somente da mundialização, mas de uma soma de fatores que coexistem e regulam a nossa vida diária. Pensando nisso, nesse artigo vou tentar indicar alguns dos possíveis motivos para essa “tara” do brasileiro.
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Um dia desses um grande amigo narrou que foi à padaria comprar chiclete e quando fez o seu pedido na maior simplicidade do mundo como em “oi, eu quero um tridenti“, a mulher do caixa de imediato o perguntou: você quer um Traident? Ele me disse: tá vendo, fui dar uma de humilde para não parecer metido e arrogante e tomei ferro – gíria mineira para dizer que alguém se deu mal.
Minha irmã é da área de moda e quando a perguntei porque muita gente da moda tem o costume de usar palavras em inglês no diálogo do dia-a-dia, ela me disse que não sabia explicar a razão exata disso, e que era um simples hábito incorporado na vida das pessoas que transitam na área dela.
Quando toquei nesse assunto com o meu irmão ele disse que realmente o brasileiro adora substituir palavras do português por termos do inglês em especial no trabalho – ou mundo corporativo, para ser mais justo.
Para ilustrar essa mania, cito o anglicismo kick off, muito usado como em “reunião de kick off”. Inclusive já expliquei aqui na nossa página sobre o uso desse exemplo e se você quiser aprender tudo a respeito dele [clique aqui].
A primeira razão do brasileiro falar inglês rotineiramente, é o ambiente corporativo (leia-se de trabalho) em que se encontra. É evidente que esse padrão não será percebido em todos os níveis da organização, mas dada a frequência com a qual tem o brasileiro contato com a língua inglesa, sobretudo por conta das relações profissionais de caráter extra-fronteiriço, fica difícil não sucumbir as tentações diárias e usar uma palavra que é usada ao mesmo tempo nas outras filiais localizadas em Tóquio, Inglaterra, França, dentre outras. É bem verdade que nem toda organização possui conexões com filiais estrangeiras, mas esse requisito deixou de ser válido há tempos e a contaminação linguística, fonte de cultura organizacional, tornou-se realidade.
Outra possível justificativa para o brasileiro falar inglês no Brasil, diuturnamente, é a inexistência de palavras, termos e gírias capazes de fazer frente a vocábulos importados da língua inglesa. Com isso, não resta outra opção senão a adotar as palavras da língua germânica no dia-a-dia. Ao que tudo indica, essa abordagem na qual recepcionamos palavras de outras línguas é de longa data, a sua intensificação e maior recorrência é que são, agora, mais recentes.
O Brasileiro é conservador até mesmo nas suas escolhas envolvendo a eleição de um termo em português. Assim, qualquer medida potencialmente equivocada, quando da comparação com um termo estrangeiro, é indício suficiente para que não se arrisque em uma aventura pela busca da equivalência perfeita. Logo, por uma questão de medo (ou quem sabe preguiça), recebe a palavra ou palavras em inglês de braços abertos.
Há, por outro lado, aqueles que lançam mão desse expediente por uma simples questão de se mostrar antenado. Estar por dentro de línguas é como ter algo a seu favor. Se você sabe falar, ainda que meia dúzia de palavras em inglês, isso é o suficiente para revelar aos seus amigos que você não é um songamonga qualquer.
Não posso negar que se por um lado existe o perfil brasileiro, o qual almeja se mostrar por dentro de tudo, inclusive de gírias, palavras e termos usados na comunicação contemporânea, há também os espertinhos que se sentem à vontade para usar o inglês cuja finalidade é única e exclusivamente exibicionista. Essa política faz o indivíduo parecer mais culto e, informação, como se sabe, é poder. Logo, parte-se do princípio de que se alguém detém conhecimento e sabe o usar, de maneira que muitos não, mais facilmente ganhará respeito das pessoas e passará a ser visto como alguém distinto e especial em relação ao coletivo. Você muito provavelmente tem um amigo que prefere dizer New York em vez de Nova York, por exemplo.
Lembra daquele meu amigo da padaria e o caso do chiclete? Então, você acha que a intenção da moça do caixa era simplesmente falar inglês porque é chique ou foi o caso dela se mostrar antenada ou o fez por mera exibição? Enfim, cada um tem as suas razões. Embora a decisão caiba a cada um de nós, não posso deixar de citar a mentalidade que permeia muitos de nós ao alimentar a convicção de que falar inglês é chique.
Em Minas Gerais há uma cidade chamada Conselheiro Lafaiete. Muitas pessoas simplesmente a chamam de Lafaiete. Existem também os engraçadinhos que costumam dizer Lafayork em referência à Nova York. Furquim é um distrito do município brasileiro de Mariana – Minas Gerais. Não raro escuto pessoas debochando do vilarejo o chamando de Frankfurquim. A imaginação do brasileiro realmente não tem limites. A zoação, em particular, never ends…. Eu mesmo e meu irmão mais novo (que é canadense) frequentemente falamos inglês por brincadeira ou zoação. É, evidentemente, um costume que temos desde criança e não se restringe a minha relação com ele, mas todos aqui em casa mantemos esse hábito. Quer ser sarcástico? Fale inglês. Quer rir de um caso? Fale inglês. Motivos não faltam.
Há também controvérsias em torno desse tema que reside em uma possível síndrome de inferioridade por parte do brasileiro em relação aos países cuja língua oficial é o inglês. Assim, o brasileiro para se sentir parte de um grupo ou bando opta por falar inglês para, ainda que indiretamente, se sentir parte de resto do mundo – que fala inglês. Nesse sentido, o brasileiro fala inglês no Brasil por crer piamente que essa é a nossa segunda língua e somos todos obrigados a empregá-la em virtude da sua grande proeminência à nível global.
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