Por que Escuto Errado Em Inglês? Por que Entendo Uma Palavra E É Outra Completamente Diferente? O meu “listening” está/ estaria muito fraco? Não raro, estudantes de inglês me fazem essas perguntas. E olha que estudantes dos mais diversos níveis me fazem perguntas com essa tônica. Já comentei aqui no blog inglês no teclado sobre uma breve passagem que tive pelos Estados Unidos (6 meses) e a dificuldade que tive para compreender algumas pessoas (gente que morava há anos nos EUA, mas eram provenientes da Argentina, Colômbia, Índia e o escambau). Me colocaram para trabalhar no telefone de um restaurante confirmando as reservas. Eu também desempenhava outras tarefas. Enfim, você pode conferir essa história [nesse texto], caso tenha interesse. É que nesse artigo vou tratar de uma dúvida em particular: por que entendo tudo errado em inglês? Eu sei como é isso, acredite. Também já passei por isso e ainda me acontece. E saiba que detenho a certificação máxima de proficiência de Cambridge. Não é algo absurdo confundir floor com door em uma música.
Pois bem. Vamos ao que interessa. Se mesmo após checar as dicas desse artigo você permanecer com alguma dúvida, é só comentar ao final. Faço questão de ajudar todos os nossos leitores, mesmo os internautas que estão apenas de passagem.
Por que Escuto Errado Em Inglês?
O primeiro motivo de isso ocorrer é em função dos sons das palavras do Português. Seu cérebro já está habituado a entender que a combinação de certas letras soa como X e não como Y. Assim, muito embora você esteja ciente de que, em inglês, algumas palavras soam assim e não assado (indo contra o que você aprendeu em português) a sua referência é a língua mãe, isto é, o Português. Logo, como você não conhece todas as palavras da língua inglesa, é natural que, ao ouvir algo pela primeiríssima vez, o contexto internalizado na sua cabeça te engane bonito. É algo indireto, isto é, involuntário. Todos temos as nossas referências (inclusive quanto aos sons). Por isso, eu sempre bato na tecla que é importante saber o maior número de palavras em inglês possível (não para evitar de ser pego de surpresa), mas porque, sabendo os seus sons, na ocorrência de uma palavra desconhecida, você será inclusive capaz de escrevê-la (decifrá-la).
Um exemplo que ilustra bem isso é o da música clássica Maneater. O que é que o vocalista diz no trecho abaixo? Dá o play:
Frase 1: The beauty is in there.
Frase 2: The beauty isn’t there.
E, então? O que é que ele diz? A frase 1 ou a frase 2? Ele diz a frase de número um. Outra música que costuma dar um nó no cérebro é Mony Mony de Billy Idol. Em seu refrão ele diz ‘mony mony’ e muitos brincam que soa como ride your pony (ande de pônei). Dá o play:
Já passei por isso…
Nessa perspectiva, no final de 2007, quando cheguei em Miami, tive uma verdadeira lição sobre esse aspecto. Quando clientes simplesmente entravam no restaurante, era parte das minhas obrigações colocar os seus nomes no sistema (quando eles não tivessem uma reserva). Lá eu lidava com nomes totalmente diferentes de Daniel, João, Silva, Gomes etc.
Um colega de trabalho que me orientava inicialmente – e morava nos EUA sabe-se lá desde quando (sua mãe era Argentina) – registrava os nomes dos clientes entrantes sem nenhuma dificuldade. Uma vez perguntei para ele: como você sabe que se escreve o nome do cliente dessa forma e não de outra? Ele me disse: pelo som das palavras, Daniel. Ele ainda acrescentou que, mesmo que, uma vez ou outra, escrevesse o nome dos clientes de forma errada, aquilo apenas servia de guia para que, caso ele precisasse dizer o nome do cliente, teria uma noção com base no que escreveu. Até aí tudo bem. O problema ocorria quando o cliente cismava de olhar o que eu estava digitando no computador – para se certificar de que eu realmente tinha captado o seu nome adequadamente. Desgraça pouca era bobagem.
É claro que eu também poderia pedir para os clientes soletrarem os seus respectivos nomes (e isso ocorria com certa frequência). Mas para dar ligeireza ao atendimento, eu preferia pular essa parte. Ficava atento à resposta do cliente. Perguntava may I have your first and last name, sir? E abria a mente para o que fosse que ele dissesse (ouvidos prontos como os olhos de um Leão na presa). Eu sempre repetia de imediato o que quer que fosse a desgraça que o cliente mencionasse. Dessa forma, se a pessoa dissesse my name is Ivotsky Yurtheng eu repetia em voz alta Ivotsky Yurtheng. Era também uma chance de ele me corrigir e analisar se a minha audição estava melhorando paulatinamente.
Entre erros e acertos…
Quando o cliente dava o sinal de que eu havia pronunciado corretamente, era só alegria. Quando ele repetia me corrigindo eu escrevia de imediato no computador, conquanto não tivesse entendido bulhufas. Não queria deixar o cliente irritado. Eu apenas me dava uma segunda chance. Portanto, se não captei os nomes por meio repetição, paciência, bola para frente. Não era a minha culpa. Quem mandou os pais deles não optarem por nomes universais como Daniel? 😆
Como corrigir isso?
Enfim, superada essa etapa, vou compartilhar com os nossos leitores um método para melhorar a escuta em inglês. Não é nada cientificamente comprovado (até porque se fosse, já teria virado no mínimo um artigo científico). Contudo, dado que, para mim funciona muito bem, pode ser que funcione bastante para vocês.
Se você enfrenta esse desafio recorrentemente, recomendo que avalia mais detidamente a sua situação para aí sim tomar medidas corretivas que, frisa-se, surtirão efeito no médio-longo prazo a depender da sua dedicação. Nada some da noite para o dia (como a gordura queimada na academia ou a aprovação em um concurso extremamente concorrido). Lembre-se: ninguém fica rico à toa, ninguém emagrece à atoa, ninguém tem sucesso profissional à toa. Tudo é fruto de muita “ralação” e força de vontade.
O esquema acima é um passo-a-passo para você compreender como avaliar a sua situação. São recomendados alguns prognósticos com base na minha experiência como English language educator. É fundamental que você mesmo faça uma crítica construtiva a seu respeito. De nada adianta se enganar porque os problemas não somem como num passe de mágica. Dessa forma, opino pelo seu aprendizado e, sobretudo, torço pelo seu avanço nos estudos e espero que você conquiste excelentes resultados. Se alguém um dia te perguntar: Por que Escuto Errado Em Inglês? Mostre-lhe esse artigo. Conte comigo sempre na sua caminha rumo à fluência e até a próxima! Good luck!